A audiência de instrução do pastor Péricles Cardoso de Melo, sob investigação por estelionato, foi interrompida após o depoimento de 13 testemunhas. Acusado de defraudar fiéis em cerca de R$ 3 milhões, Melo teve sua prisão preventiva decretada em 22 de setembro, a pedido do Ministério Público da Paraíba, e foi considerado foragido até então. A continuação da audiência está agendada para o dia seguinte no Fórum de Mangabeira, com previsão de ouvir mais testemunhas e a defesa do pastor.
O pastor é investigado não só por estelionato mas também por apropriação indébita, com mais de 30 vítimas identificadas, incluindo a própria congregação que liderava, a qual reportou um furto estimado em R$ 17 mil. Segundo relatos, Melo solicitava contribuições financeiras dos fiéis, alegando necessidades de reforma na igreja ou solicitações pessoais, frequentemente utilizando uma máquina de cartão para as transações.
Uma vítima, em entrevista à TV Cabo Branco, detalhou o modus operandi do pastor, expressando inicialmente uma certa confiança pelas pequenas reformas observadas. No entanto, a desconfiança surgiu quando pagamentos começaram a atrasar e justificativas pouco claras foram apresentadas pelo pastor. Esta vítima, especificamente, acumulou dívidas que inicialmente totalizavam R$ 90 mil, valor que saltou para aproximadamente R$ 140 mil com os juros.
Em um vídeo divulgado, o pastor admite o uso dos cartões dos fiéis, mas defende sua conduta alegando regularidade nos pagamentos até enfrentar dificuldades financeiras. Além disso, a Assembleia de Deus na Paraíba, afiliação da igreja em questão, comunicou que Péricles Cardoso de Melo foi afastado de suas funções eclesiásticas após a apresentação de evidências dos crimes de estelionato e furto, iniciando um procedimento disciplinar administrativo e acionando as autoridades competentes para investigar as denúncias.