O cardeal norte-americano Robert Francis Prevost, de 69 anos, foi eleito nesta quinta-feira (8) como novo papa da Igreja Católica e adotou o inédito nome de Leão XIV. O anúncio, feito após a tradicional fumaça branca na Capela Sistina, encerrou o conclave iniciado após a morte do papa Francisco.
A escolha do nome surpreendeu estudiosos, fiéis e especialistas em história da Igreja, pois nenhum pontífice havia usado o nome “Leão” desde 1903, quando se encerrou o longo papado de Leão XIII, conhecido por sua atuação doutrinária e social em tempos de industrialização e tensões políticas.
Embora o nome remeta diretamente à figura do “leão” como símbolo de força, autoridade e vigilância, ele também alimentou especulações entre grupos proféticos e setores mais tradicionalistas, especialmente por ser o 14º papa com esse nome, número que não passava despercebido entre os mais atentos aos símbolos.
Um nome com peso histórico — e profético?
Na tradição católica, o nome escolhido por um papa costuma carregar uma mensagem teológica ou pastoral. Ao adotar Leão XIV, o novo pontífice sinaliza, segundo especialistas, um resgate da autoridade doutrinária e moral da Igreja, além de uma possível alusão à defesa contra ameaças ideológicas e culturais modernas.
Por outro lado, em círculos apocalípticos, há quem relacione a figura do “leão” com as profecias escatológicas, especialmente as do Livro do Apocalipse e de fontes como São Malaquias — cujas listas apócrifas atribuídas a ele sugerem uma sucessão de papas até o “fim dos tempos”.
Embora não exista fundamento doutrinário oficial nessas interpretações, a escolha de um nome carregado de força simbólica reacende antigas discussões sobre os sinais dos tempos, especialmente em um cenário global marcado por guerras, colapsos morais e perseguições religiosas em várias regiões.
Um novo pontificado se inicia
Robert Francis Prevost, agora Papa Leão XIV, tem uma trajetória sólida: nascido em Chicago, foi missionário no Peru e atuou como prefeito do Dicastério para os Bispos. Com fluência em três idiomas e forte atuação pastoral, ele representa uma ponte entre a América Latina e a sede da Igreja em Roma.
Sua escolha marca o início de um pontificado que deve enfrentar tensões internas, polarizações ideológicas e o desafio de manter a fé viva em tempos cada vez mais seculares.