Lara, de 10 anos, teve um infarto enquanto brincava em uma piscina em Planaltina, no Distrito Federal, no dia 9 de junho. Quando seu coração parou, a menina começou a se afogar.
“Minha filha estava brincando com a irmã dela na piscina, no aniversário de uma amiga. Estávamos perto, e ela sempre nadou bem. De repente, ouvi um grito desesperado da Clara (irmã). Quando tiraram a Lara da piscina, ela estava com a pele roxa, os dentes travados e os olhos arregalados. Nunca vou esquecer a angústia de vê-la assim”, relatou Hellen, em entrevista ao Metrópoles.
Uma técnica de enfermagem, que estava na festa, tentou reanimar Lara com ressuscitação cardiopulmonar (RCP), porém ela estava com a mandíbula travada e era impossível tirar a água que engoliu.
Então, a menina foi levada até um batalhão do Corpo de Bombeiros próximo, mas eles também não conseguiram reanimá-la.
“Nem me lembro direito o que passava na minha cabeça. Estava tão angustiada com aquilo. A imagem dela daquele jeito, tão perto de morrer, não sai da minha cabeça nem por um dia. Não consigo processar até agora tudo aquilo que aconteceu”, desabafou a mãe.
Em seguida, Lara foi para o Hospital de Planaltina. Lá, a equipe médica fez as manobras de reanimação cardíaca por 70 minutos até seu coração voltar a bater. Na maioria dos casos, não há sobreviventes após 50 minutos de RCP.
Logo depois, a menina foi levada de ambulância às pressas para o Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF). Assim que chegou, ela foi colocada no desfibrilador.
“Foi emocionante ver a reação do coração após quase termos perdido a esperança”, lembrou Edvagner Carvalho, cardiologista especialista em estimulação cardíaca do HBDF, que atendeu a menina.
Arritmia não diagnosticada
Lara permaneceu intubada por cinco dias e a água de seus pulmões foi retirada através de drenos. Exames mostraram que a criança sofre de arritmia cardíaca, que não havia sido diagnosticada antes.
Ela passou por uma cirurgia para receber um cardiodesfibrilador implantável (CDI) e segue fazendo tratamento médico.
Após um mês de internação, Lara recebeu alta do hospital na última quinta-feira (4) e voltou para casa. Ela sobreviveu quase sem sequelas.
Para a mãe, a sobrevivência da filha é resultado da intervenção divina e agradeceu ao Senhor.
“Obrigada meu Deus pelo milagre que você fez na vida da minha filha, só tenho a agradecer primeiramente a Deus e por todas as orações”, escreveu Hellen, em postagem no Instagram.