A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou, em uma votação apertada (14 votos a favor e 12 contrários), o Projeto de Lei 2.232/22, que busca regulamentar a atividade de cassinos, bingos e outros jogos no Brasil. A aprovação encontrou forte resistência da bancada evangélica, uma oposição que deve se intensificar na votação em plenário.
Os líderes evangélicos manifestaram preocupação com os possíveis efeitos negativos da legalização dos jogos de azar. O Pastor Silas Malafaia afirmou que, sem a pressão da bancada evangélica, a votação na CCJ teria sido muito mais favorável à aprovação, possivelmente resultando em uma diferença de 20 a 7. Malafaia enfatizou a importância da mobilização para impedir a regulamentação.
O senador evangélico Magno Malta liderou a oposição e criticou duramente a aprovação do projeto. Em um pronunciamento no Plenário, Malta declarou que a aprovação da proposta seria uma “insanidade incalculável”. Ele argumentou que a legalização dos jogos de azar traria mais malefícios do que benefícios à sociedade.
Os principais argumentos contrários à regulamentação giram em torno do potencial aumento do vício em jogos, do risco de lavagem de dinheiro e da correlação entre jogos de azar e o crime organizado. A bancada evangélica destaca que a legalização poderia agravar o problema da ludopatia (vício em jogos) e expor ainda mais as famílias brasileiras aos perigos associados ao jogo.
Malta e outros líderes evangélicos também alertam sobre a possibilidade de que a legalização dos cassinos facilite a lavagem de dinheiro. Eles argumentam que o controle e a fiscalização não seriam suficientes para impedir que atividades ilícitas se infiltrassem no setor dos jogos.
Apesar desses argumentos, os defensores da regulamentação, como o relator do projeto, senador Irajá, contrapõem que a legalização permitiria um melhor controle estatal sobre a atividade, reduzindo a clandestinidade e aumentando a arrecadação de impostos. Irajá comparou o Brasil a outros países do G20, onde os jogos de azar são regulamentados e contribuem para o desenvolvimento econômico.
A resistência da bancada evangélica se baseia na defesa de valores morais e na proteção da sociedade contra os perigos que eles acreditam serem inerentes aos jogos de azar. Para eles, a regulamentação não é uma solução viável e representa um risco significativo para a integridade social e econômica do país.
A discussão agora segue para o plenário, onde a bancada evangélica promete continuar sua luta contra a regulamentação dos cassinos e outros jogos de azar, defendendo suas convicções e buscando impedir o avanço do projeto de lei.