Pastor é preso suspeito de matar ex-esposa com mais de 30 facadas

Na manhã desta quarta-feira (28), a Polícia Civil do Maranhão efetuou a prisão do pastor José Gilton Alves dos Santos, apontado como principal suspeito do brutal assassinato de sua ex-companheira, Jussandra Gonçalves Jorge de Souza. O crime, que chocou a cidade de Riachão, no sul do estado, ocorreu na noite da última segunda-feira (26) e envolveu mais de 30 golpes de faca.

Segundo as primeiras informações da investigação, a motivação do crime estaria ligada à recusa do pastor em aceitar o término do relacionamento. A polícia ainda revelou que Jussandra já havia sido ameaçada anteriormente e, em determinada ocasião, chegou a ser mantida em cárcere privado pelo ex-companheiro.

José Gilton foi localizado no município de Balsas, quando, segundo a polícia, tentava fugir para Nova Colinas, onde mantém uma residência. Após a captura, foi encaminhado à delegacia para os procedimentos legais.

Durante sua abordagem pelas autoridades, o pastor chegou a se justificar alegando ter sido denunciado injustamente pela vítima. “Ela me colocou na Lei Maria da Penha sem necessidade. Ainda saiu espalhando tudo o que eu fiz”, declarou, em tom de revolta, a um dos policiais.

A repercussão do caso foi imediata nas redes sociais, onde internautas expressaram indignação diante da violência e da identidade do suspeito. “Hoje em dia, quando falam que alguém é pastor, a gente já escuta com desconfiança”, comentou uma usuária. Outro seguidor lamentou: “É triste ver o nome de pastor envolvido em crimes assim. Está cada vez mais difícil confiar”.

A vítima, Jussandra Gonçalves, teve sua morte confirmada ainda no local do crime. A brutalidade do assassinato e o fato de o principal suspeito ser um líder religioso causaram grande comoção, reacendendo discussões sobre violência doméstica, machismo e a necessidade de proteção às mulheres em situação de vulnerabilidade.

O caso envolvendo o pastor José Gilton lança luz sobre uma realidade alarmante no Brasil: o crescimento contínuo dos casos de feminicídio, mesmo em espaços que deveriam oferecer segurança e acolhimento.

Dados recentes mostram que uma mulher é morta a cada seis horas no país, muitas vezes por companheiros ou ex-companheiros que não aceitam o fim da relação. O que agrava ainda mais o cenário é que nem mesmo dentro das igrejas — ambientes tradicionalmente vistos como refúgios espirituais — as mulheres estão protegidas da violência.

Crimes passionais envolvendo líderes religiosos têm se tornado mais frequentes, revelando uma contradição entre o discurso de fé e o comportamento de alguns de seus representantes. Casos semelhantes já foram registrados em diversas regiões, nos quais pastores, ou líderes de ministérios cometeram agressões, ou até assassinatos contra esposas, namoradas ou fiéis, sempre sob a justificativa do ciúme, da possessividade ou de uma suposta “desonra”.

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