Um trecho recente de uma pregação do pastor Elias Cardoso, líder da Assembleia de Deus Ministério de Perus, em São Paulo, tem causado forte repercussão nas redes sociais. O vídeo, que circula entre fiéis e internautas, trouxe declarações polêmicas do pastor sobre comportamentos e transformações dentro das igrejas pentecostais.
Durante a ministração, Elias não poupou críticas a pregadores evangélicos que manifestam apoio a times de futebol. De forma incisiva, classificou esses líderes como “crentes de meia tigela” e afirmou que esse perfil de pregador não tem espaço em sua denominação.
Segundo ele, o ministério deve estar acima de qualquer paixão pessoal, e ninguém deve se vangloriar por ser usado por Deus. “Somos apenas vasos, e Deus enche quem Ele quer. Mas depois, vem o acerto de contas”, alertou.
Além disso, o pastor demonstrou insatisfação com mudanças que, segundo ele, estão descaracterizando as práticas tradicionais da Assembleia de Deus. Ele criticou a tentativa de implementar uma “mentalidade de comunidade” dentro da igreja, substituindo cultos clássicos por atividades que, em sua visão, esvaziam o sentido espiritual.
Como exemplo, citou a troca do tradicional círculo de oração por eventos nomeados como “chá de mulheres”. Para Elias, tais inovações comprometem a identidade doutrinária da denominação.
O líder também lamentou o que considera ser o enfraquecimento da vida devocional dos fiéis. “Hoje, muitos crentes já não sabem mais fazer uma oração com profundidade. As pedras estão clamando”, disse ele, fazendo referência ao versículo bíblico que ressalta que, na ausência dos justos, até a criação testificaria.
Em um trecho que chamou atenção, o pastor mencionou o ex-presidente Jair Bolsonaro como exemplo. Recordando o uso de João 8:32 — “Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” — como slogan da campanha presidencial de 2018, Elias sugeriu que Deus pode levantar líderes mesmo fora do contexto evangélico. “Mas pastor, ele não é crente! E Ciro era? E Dario era? Deus chamou Dario de ‘meu servo’. Deus usa quem Ele quer”, afirmou, referindo-se à soberania divina na escolha de governantes.
As declarações dividiram opiniões entre os fiéis: enquanto alguns aplaudiram a defesa dos princípios antigos, outros apontaram tom excessivamente crítico e falta de abertura para novas formas de vivência cristã.