O deputado federal Antonio Carlos Rodrigues (PL-SP) se tornou o centro das atenções nesta terça-feira (15/4), ao usar a tribuna da Câmara para responder críticas de colegas de partido e do pastor Silas Malafaia, após se recusar a assinar o requerimento de urgência do projeto de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro. Foi o único parlamentar do PL a não apoiar a proposta.
Em tom firme, Rodrigues defendeu sua decisão e criticou o avanço da proposta no Congresso sem diálogo institucional. “Tenho seis mandatos e não me guio por pressões, circunstâncias ou apelos de ocasião, que são irrestritos e acelerados pelo Legislativo, sem diálogo efetivo com o Judiciário”, disse. Para ele, o Parlamento não deve assumir o papel de julgador, sob o risco de comprometer o equilíbrio entre os poderes.
O deputado também apontou falhas no texto do projeto de anistia. Segundo ele, a proposta trata de forma igual condutas distintas, incluindo crimes eleitorais, o que poderia gerar insegurança jurídica. “O texto apresenta problemas técnicos que podem tornar a lei inócua”, afirmou, destacando que sua posição busca uma saída institucional que respeite o devido processo legal.
Em recado direto à ala bolsonarista do PL, Rodrigues reafirmou sua trajetória dentro do partido. “Estou no PL há mais de 25 anos. Não são aqueles que chegaram agora que vão ditar regras para mim. Eu sou o PL de origem”, declarou.
O ponto alto do discurso, no entanto, foi a resposta ao pastor Silas Malafaia. Após ser alvo de críticas públicas por parte do líder evangélico, Rodrigues reagiu:
“Lamento que, no momento em que o país clama por seriedade e equilíbrio, ele opte por adotar um discurso que contribui com o acirramento dos ânimos. Caso deseje participar ativamente do debate político, sugiro que fale dentro das regras democráticas, colocando seu nome à disposição da população. Não elegeu nem o teu vereador na capital”, disparou.
