De acordo com o Morning Star News, Wasif George, de 34 anos, estava coletando galhos caídos para usar como lenha na aldeia de Chak 110-GB Chak Jhumra, na província de Punjab, quando proprietários de terras muçulmanos o acusaram falsamente de roubar madeira em suas propriedades, na noite de 27 de fevereiro.
Pelo menos sete islâmicos o levaram para a granja de um deles, onde o espancaram e torturaram.
“Meu irmão estava coletando lenha ao longo das margens de um canal quando os agressores chegaram. Eles arrastaram Wasif para uma propriedade de Junaid Javed, onde não apenas o torturaram [espancando], mas também rasparam sua cabeça e a barba através de um barbeiro”, relatou Patras George, o irmão mais velho do cristão, ao Morning Star News.
Humilhação pública
Além disso, os agressores pintaram o rosto de Wasif com tinta e o obrigaram a “desfilar” em cima de um burro pelas ruas da aldeia.
“Toda a aldeia se alinhou nas ruas e testemunhou o tratamento desumano dispensado ao meu irmão. Ninguém teve coragem de parar seus perseguidores enquanto brandiam armas e ameaçavam atirar em qualquer pessoa que ousasse resgatar o cristão”, contou Petras.
Ele acrescentou que os muçulmanos proibiram os moradores de filmar a cena de abuso psicológico e moral.
Petras lembrou que já estava dormindo quando foi avisado por familiares que seu irmão estava sofrendo zombaria em público.
“Fiquei chocado quando soube o que estava acontecendo com meu irmão. Comecei a correr em direção ao centro da vila, fazendo ligações frenéticas de ajuda para a polícia no meu telefone nesse meio tempo”, disse.
Enfrentando a depressão
Quando chegou ao local, Petras encontrou seu irmão em estado de choque em meio a multidão, e os agressores já haviam fugido.
“Não consigo descrever a dor de ver meu irmão mais novo nessa condição”, lamentou, em lágrimas. “Ele apenas ficou lá, com a cabeça baixa, os olhos vidrados com a dor de uma alma despedaçada pelo peso da humilhação”.
Desde o episódio de perseguição violenta, Wasif desenvolveu depressão e pensamentos suicidas.
“Ele se tornou suicida após essa humilhação pública, pois o peso da vergonha quebrou o homem dentro dele”, afirmou Petras.
Agora, a esposa de Wasif e outros familiares vigiam o cristão o tempo todo, temendo que ele tente tirar sua vida.
Petras ressaltou que o irmão não roubou lenha, mas apenas juntou galhos caídos no chão na propriedade dos muçulmanps.
“Se ele realmente tivesse cometido algum ato errado, os proprietários de terras poderiam tê-lo prendido e acusado de acordo com a lei”, observou.
“Mas, em vez disso, eles usaram isso como uma oportunidade para espalhar medo na aldeia”, denunciou.
Impunidade
Segundo Petras, os agressores são proprietários de terras influentes na região e já tem passagem pela polícia. Apesar disso, não foram presos porque têm relações amigáveis com as autoridades locais.
“Embora a polícia tenha registrado um boletim de ocorrência, os acusados apresentaram fianças antes de serem presos, e agora estão nos pressionando para nos reconciliarmos com eles”, afirmou.
E criticou: “O viés da polícia é evidente pelo fato de que já se passou uma semana desde que o caso foi registrado, mas não fomos chamados à delegacia para registrar nossos depoimentos”.
Cerca de 25 a 30 famílias cristãs residem na aldeia Wasif, todas são muito pobres e não conseguem se defender dos abusos feitos pelos proprietários muçulmanos ricos. Petras ainda relatou que não recebem justiça por causa de sua fé cristã.
“Nenhum de nossos líderes religiosos ou políticos cristãos mostrou qualquer preocupação com nossa situação. Eles estão apenas ocupados correndo atrás de dinheiro e títulos e não têm interesse em lutar por nossos direitos e justiça’, condenou Petras.
Ao Morning Star News, o presidente do partido Masiha Millat do Paquistão, Aslam Sahotra, condenou a violência islâmica e prometeu buscar justiça para Wasif.
“A inação da polícia também amplifica os obstáculos à justiça para as pessoas vulneráveis e marginalizadas no Paquistão”, comentou ele.
“O ministro-chefe do Punjab e os altos funcionários da polícia devem tomar conhecimento desse ato bárbaro e apoiar a família da vítima em sua busca por justiça e punição devida aos autores desse crime hediondo”.
O Paquistão ficou em 8° lugar na Lista Mundial de Perseguição de 2025 da Missão Portas Abertas dos lugares mais difíceis para ser cristão.