Ex-traficante se torna missionário na Amazônia: ‘Fruto das orações da minha mãe’

Um homem teve a vida transformada por Jesus após abandonar a criminalidade e se tornar um missionário na Amazônia.

Em uma entrevista exclusiva ao portal Guiame, realizada durante uma expedição à Amazônia, Natanael Gomes, de 39 anos, contou que foi preso 27 vezes antes de ser alcançado por Cristo: “Hoje eu sou missionário. Mas, antes, eu era um mercenário”.

Apesar de ter nascido em um lar cristão, Natanael contou que se envolveu com drogas ainda na infância.

Aos 9 anos, ele começou a usar maconha e, aos 13, já estava viciado em cocaína: “Eu sempre fui diferente da minha família, parecia que eu já tinha nascido com algo ruim”, disse ele.

Com 19 anos, ele se tornou traficante de drogas na cidade de Tefé: “Meu sonho era ser matador. Eu só pensava em dinheiro e passava a madrugada toda contando dinheiro”, relembrou ele.

Enquanto isso, sua mãe sempre orou para que Deus o resgatasse.


Natanael durante uma viagem missionária. (Foto: Aline Gonçalves/Guiame)

Experiência sobrenatural 

Enquanto vivia na criminalidade e envolvido com drogas, Natanael contou que passou a ter algumas experiências sobrenaturais, onde “ficava cara a cara com o diabo”.

“Eu conversava com o diabo como se ele fosse um amigo. Mesmo sóbrio, eu via e falava com ele. Enquanto ele falava, saía fogo da boca dele”, compartilhou Natanael.

Na Amazônia, o principal meio de transporte são barcos que atravessam os rios de uma cidade para a outra e podem chegar a países como Peru, Colômbia, Venezuela e outros.

A acessibilidade dos rios aumenta o índice de tráfico de drogas e crimes nessas regiões. Muitos cidadãos relatam a presença de criminosos conhecidos como “piratas” que aproveitam a locomoção de embarcações para assaltar e ferir a população.

“Eles não têm pena, se te pegarem, eles te matam. Eu tinha muitos amigos que eram piratas e cheguei a viver com eles por um tempo”, relatou Natanael.

Encontro com Deus

Um dia, Natanael foi convidado por um pastor local para ir a um culto no lar. Depois de relutar muito, ele aceitou o convite.

“A Palavra era para mim, só eu não era cristão lá. Eu fechei os olhos e comecei a chorar. Quando eu vi, já estava de joelho no chão e aceitei Jesus”, testemunhou ele.

E continuou: “Quando eu me converti, eu já estava perto de estar morto. Se eu não viesse para Jesus, com certeza, eu estaria morto”.

Natanael se converteu com 34 anos e creditou sua salvação às orações de sua mãe: “Ela nunca deixou de orar por mim. Quando eu contei a ela, ela saiu da cidade dela e veio até aqui [em Tefé] para ver com os próprios olhos se era verdade”.

“Hoje, ela mesma conta meu testemunho e sempre chora quando fala comigo por telefone”, acrescentou.


Natanael louvando em um culto em uma comunidade indígena. (Foto: Aline Gonçalves/Guiame)

‘Deus me curou’

Ele passou a cantar na igreja e pregar Jesus através da música. No entanto, depois que se converteu, Natanael enfrentou muitas batalhas espirituais em sua mente.

“Depois de crente, o diabo veio falar que não era para eu cantar louvor e contou a música que era para eu cantar”, relatou ele.

E continuou: “Hoje, no momento em que eu canto, as pessoas já se levantam sentindo a presença de Deus”.

“Era para eu nascer mudo, eu tinha um problema na garganta. Então, Deus me curou e me deu uma promessa, que vai me levar para fora do país”, acrescentou.

Tempo depois, Natanael conheceu sua esposa em um evento na igreja. Hoje, ele trabalha desenhando e construindo casas, além de pregar o Evangelho em diversas comunidades indígenas.

“Deus fala comigo através de sonho. Hoje, eu sou temente ao Senhor. Daniel orava três vezes ao dia, eu dobrava. À noite, eu trabalhava e orava o dia todo”, disse ele.

“Meu testemunho na cidade é a minha própria vida, as pessoas sabem quem eu sou”, acrescentou.

Por fim, ele encorajou os pais que têm orado por seus filhos que estão afastados: “Vocês precisam orar por seus filhos, eles têm que se converter não por pressão, mas por vontade própria”.

“Graças a Deus que vim pelo amor, porque se fosse pela dor, eu estaria aos pedaços”, concluiu.

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