O professor Igor Azevedo Bomfim, acusado de assassinar a então companheira Mayara de Souza Lisboa Azevedo, 22 anos, em 2010, foi solto nesta terça-feira, 19, após o Tribunal de Justiça do Estado da Bahia (TJBA) conceder o alvará de soltura. O crime aconteceu no município de Santa Rita de Cássia, a 1.000 km de Salvador (BA).
Quatorze anos depois do crime, Igor foi preso pela Polícia Militar (PMDF) na cidade do Guará, no DF, na última sexta-feira, 15. No no entanto, a defesa de Igor entrou com um pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) sob a alegação de que houve “prejuízo processual ao réu”.
Segundo o Correio Braziliense, a principal alegação dos advogados do professor foi um possível erro no julgamento do recurso especial. Eles sustentaram que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) cometeu um equívoco ao considerar inadmissível o recurso especial.
Por esse motivo, os advogados solicitaram a anulação dos atos processuais, incluindo a sentença, e que o recurso especial fosse admitido e julgado adequadamente. Na tarde desta terça, o juiz substituto Davi Vilas Verdes Guedes Neto, do TJBA, assinou a decisão que concede o alvará de soltura a Igor, com base na ordem do STF. Agora, os autos do processo serão enviados ao STJ para a continuidade do julgamento do recurso especial.
Relembre
De acordo com informações do Correio Braziliense, na época do crime, em 2010, Mayara e Igor se relacionavam por de 1 ano e 8 meses e não tinham filhos. O homem, por sua vez, já havia sido casado com outra mulher, com quem teve dois filhos.
Conforme o inquérito policial, o condenado desenvolveu ciúme obsessivo pela vítima que “extravasava dos limites da normalidade”. Ele a perseguia, desconfiava da fidelidade da mulher e monitorava cada passo dela.
No dia 2 de novembro de 2010, dia do crime, os dois discutiram e Igor apontou uma arma de fogo para o rosto da companheira durante a madrugada. Ele, de acordo com a polícia, “saltou o muro dos fundos da casa e alcançou a vítima no banheiro”. Segundo o processo, Mayara levou dois tiros e morreu no local.
Igor se tornou réu do caso em 2012. Ele chegou a passar pelo Tribunal do Júri, mas foi absolvido. Inconformada com a decisão, a família de Mayara recorreu na Justiça para que o júri fosse anulado. O homem passou por um novo julgamento e foi condenado a 10 anos, 10 meses e 18 dias de prisão, em regime fechado.