A figura de Luiz Teixeira da Silva Junior, biomédico e dono da clínica que emitiu o laudo apresentado por Pablo Marçal em suas redes sociais, voltou ao centro das atenções na última semana.
Envolvido em uma nova polêmica, Teixeira foi citado por Marçal ao divulgar um suposto exame que indicaria o uso de cocaína pelo candidato Guilherme Boulos.
A veracidade do documento foi contestada publicamente, e a situação trouxe à tona o passado problemático do biomédico, que já havia sido condenado em 2021 por falsificar documentos para obter o registro profissional de médico.
Essa não é, porém, a primeira vez que o nome de Luiz Teixeira aparece em escândalos com repercussão nacional. Em 2019, ele foi investigado pela Polícia Federal no âmbito da operação Santinho, que desvendou um esquema de desvio de recursos da saúde pública.
Na época, Teixeira era presbítero da igreja Assembleia de Deus Alphaville (ADALPHA), liderada pela cantora gospel Cassiane e seu marido, o produtor musical Jairinho Manhães. O caso envolveu a Fenaesc (Federação Nacional das Entidades Sociais e Comunitárias) e empresas de fachada, como a Nossa Senhora do Livramento Remoções Ltda e a ZFS Serviços Médicos.
Segundo a investigação, Luiz Teixeira e sua esposa, Liliane Bernardo Rios da Silva, desviaram milhões de reais que deveriam ser destinados ao Hospital Municipal de Cajamar, no interior de São Paulo.
Os valores foram utilizados na aquisição de bens de luxo, como ambulâncias e carros, além de doações à igreja ADALPHA. Documentos e depoimentos obtidos pela Polícia Federal revelaram um esquema sofisticado de desvio de verbas, com contratos fictícios e lavagem de dinheiro.
O próprio prédio onde a ADALPHA funcionava teria sido alugado com o dinheiro desviado, e Teixeira era apontado como o responsável por bancar os custos, que chegavam a R$ 70 mil, além de manter ambulâncias e um carro de luxo guardados no estacionamento da igreja.
As investigações também indicaram doações políticas a figuras de destaque nacional, o que ampliou a dimensão do caso.