Japão elege Primeiro-ministro protestante; país tem predominância xintoísta e budista

O ex-ministro da Defesa, Shigeru Ishiba, de 67 anos, será o novo primeiro-ministro do Japão após vencer a eleição pela liderança de seu partido nesta sexta-feira (27), em uma acirrada disputa que foi decidida no segundo turno.

Casado e pai de duas filhas, Ishiba é cristão protestante e foi batizado aos 18 anos na Igreja Unida de Cristo do Japão, na cidade de Tottori.

Nos últimos anos, Ishiba tem participado do Café da Manhã Nacional de Oração promovido pelo CBMC (Christian Business Men’s Connection), uma organização internacional de empresários e profissionais cristãos que tem como objetivo promover o Evangelho no ambiente de negócios e no mercado de trabalho.

Shigeru Ishiba faz parte da pequena população cristã do país, representando uma minoria religiosa, estimada em 1%, em meio a tradições dominantes, como o xintoísmo e o budismo, que influenciam a vida e a cultura da maioria dos cidadãos e políticos.

Cristianismo no Japão

O Cristianismo chegou ao Japão em 1549, quando jesuítas desembarcaram em Kagoshima.

Inicialmente, suas tentativas de espalhar a fé cristã enfrentaram confusão, mas, com o tempo, começaram a obter sucesso.

No entanto, em 1650, a religião desapareceu da sociedade japonesa, principalmente devido a perseguições e mudanças políticas.

Atualmente, a comunidade cristã no Japão é pequena, mas ainda ativa, especialmente na parte ocidental do país, onde as atividades missionárias foram mais intensas durante o século XVI.

A Prefeitura de Nagasaki possui a maior porcentagem de cristãos no Japão, atingindo cerca de 5,1% em 1996. Apesar dessa pequena proporção, a comunidade cristã de Nagasaki permanece como uma das maiores do país.

Vitória no segundo turno

Na disputa para a liderança do Partido Liberal Democrata (LDP, sigla em inglês), Ishiba foi um dos nove candidatos, o maior número já registrado em uma eleição.

Ele derrotou a ministra da Segurança Econômica, Sanae Takaichi – que concorria para se tornar a primeira mulher a liderar o Japão. A disputa foi decidida no segundo turno, com Ishiba que obteve 215 votos contra 194 de Takaichi.

Em um breve discurso após a sua vitória, ele disse: “Farei o meu melhor para acreditar nas pessoas, para falar a verdade com coragem e sinceridade e para tornar este país um lugar seguro onde todos possam viver com um sorriso novamente”.

Na coletiva, realizada na sede do LDP em Tóquio, Ishiba também disse que “é importante que a nova administração seja julgada pelo povo o mais rápido possível”.

Novas eleições

Nesta segunda-feira (30), o novo premiê começou a escolher autoridades do governo.

Takeshi Iwaya, ex-chefe da defesa e aliado próximo de Ishiba, assumirá o posto de ministro das Relações Exteriores, enquanto o general Nakatani retornará ao Ministério da Defesa, função que ocupou em 2016, de acordo com fontes anônimas.

Ainda nesta segunda-feira, Ishiba informou a convocação de eleições para 27 de outubro com o objetivo de unificar partido.

Ishiba defende que o Japão deve ter armas nucleares e abandonar a política pacifista que rege o país desde o final da 2ª Guerra Mundial.

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