Em entrevista, o pastor Daniel Batista, líder do movimento “Igreja Sem Política“, abordou com franqueza e sem rodeios questões críticas sobre a relação entre religião e política nas igrejas evangélicas do Brasil. Conhecido por seu posicionamento firme contra a mistura de política com a fé cristã, Daniel não poupou críticas ao pastor Silas Malafaia, figura proeminente no cenário evangélico e político do país.
Durante a conversa, Daniel Batista apontou diretamente para o que considera ser uma usurpação de poder por parte de líderes religiosos que utilizam suas plataformas eclesiásticas para promover agendas políticas. Ele destacou que muitos pastores, incluindo Silas Malafaia, estão mais preocupados em exercer influência política do que em cumprir os ensinamentos de Cristo.
“Silas Malafaia é a figura mais deplorável do que estamos falando aqui,” disse Batista, ao mencionar uma recente frase de Malafaia, onde este coagiu seus fiéis ao afirmar que a Bíblia não diz que a política é do diabo. “Mas é lógico que na Bíblia não está escrito que a política é do diabo. Precisa? Quando Jesus fala ‘o mundo jaz no maligno’, Ele já não está definindo isso?” questionou Batista.
O pastor Daniel também fez um alerta aos cristãos que ainda são manipulados por líderes que utilizam a fé como ferramenta para alcançar objetivos políticos. Segundo ele, muitos pastores se tornaram verdadeiros mercenários, usando a autoridade eclesiástica para coagir os membros de suas igrejas a apoiar determinados candidatos ou partidos.
Além das críticas diretas a Malafaia, Daniel Batista reforçou que o movimento “Igreja Sem Política” não tem ligações com partidos ou ideologias políticas e que seu único compromisso é com a preservação da obra de Cristo, livre de influências políticas. Ele enfatizou que a missão do movimento é educar e conscientizar os cristãos sobre a verdadeira separação entre a fé e a política, e que a igreja deve focar em sua função espiritual e não em interesses temporais.
“A igreja foi chamada para pregar a palavra e a ação de Cristo no homem. Não há redenção na política; a redenção está em Cristo e na fé,” afirmou Batista, que também criticou a bancada evangélica no Congresso, afirmando que muitos se elegeram usando a igreja e que isso trouxe mais vergonha e escândalo do que benefícios à fé cristã.