MP pede afastamento do pastor Cavalcante por desvio de R$ 27 milhões da COMADESMA

O Ministério Público do Maranhão (MP-MA) requisitou o afastamento do ex-deputado estadual José Alves Cavalcante, conhecido como Pastor Cavalcante, devido a suspeitas de desvio de recursos na Convenção dos Ministros das Igrejas Evangélicas Assembleias de Deus do Seta no Sul do Maranhão (Comadesma). A medida inclui também o afastamento de outras seis pessoas ligadas à entidade, entre elas Jefte Lima Cavalcante, filho do pastor.

As investigações apontam movimentações financeiras atípicas nas contas dos suspeitos, totalizando R$ 27 milhões nos últimos três anos, valor significativamente superior aos R$ 2,85 milhões declarados por Cavalcante à Justiça Eleitoral. Documentos revelam que a família Cavalcante possui mais de 27 propriedades, incluindo terrenos e fazendas avaliadas em R$ 8 milhões.

Segundo o MP-MA, entre os gastos feitos pelo pastor estão transferências para pastores próximos, aquisição de propriedades, materiais de construção e combustível. Em novembro de 2022, logo após as eleições, foram gastos mais de R$ 328 mil.

Esquema de rachadinhas

Além das acusações de desvio de recursos, Pastor Cavalcante também é investigado por envolvimento em um esquema de “rachadinhas” durante seu mandato como deputado estadual, de 2019 a 2022. Neste esquema, ele teria recebido parte dos salários de assessores e servidores indicados por ele próprio, muitos dos quais eram familiares ou pessoas de sua confiança.

O promotor de Justiça Denys Lima Rêgo destacou que o pedido de afastamento é resultado das operações e investigações conduzidas pelo MP-MA, que buscam garantir transparência e combater a corrupção no estado. A medida é vista como crucial para assegurar a integridade das investigações e evitar interferências.

Além de Cavalcante, foram solicitados os afastamentos de Jefte Lima Cavalcante, José Felix Costa Junior, José Genário Pereira de Brito, Jerfson Lima Cavalcante, Idequel da Silva Sodré e José Vagnaldo Oliveira Carvalho, todos vinculados à gerência da Comadesma.

Com a continuidade das investigações, o MP-MA espera desmantelar completamente o esquema de desvios e assegurar que os recursos sejam utilizados de forma adequada, beneficiando as comunidades e instituições que deveriam ser atendidas originalmente.

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