Zane Pratt, um professor de Missões Cristãs e Vice-Presidente de Treinamento Global no International Mission Board, analisou a situação do trabalho missionário atual.
Através de relatos dos missionários de todo o mundo, Pratt comentou sobre as mudanças das missão da última década e apontou as tendências para os próximos anos.
Uma das tendências é a mudança do “centro de gravidade” do cristianismo para o Sul Global (América Latina e África) e o Leste Asiático.
O Evangelho tem crescido nessas regiões, enquanto a secularização continua aumentando na Europa e na América do Norte. O Ocidente tem enfrentado o declínio do número de membros nas igrejas e o afrouxamento das doutrinas teológicas.
“O Sul Global e o Leste Asiático provavelmente desempenharão um papel cada vez mais proeminente nas missões globais e no clima teológico da Igreja global”, apontou o professor Pratt, em artigo do Desiring God.
O país que mais envia missionários no mundo continua sendo os Estados Unidos, mas a Coreia do Sul já ocupa o segundo lugar. O país asiático era um campo missionário no século 19 e hoje possui a maior igreja evangélica do mundo.
Segundo o especialista, as nações que foram evangelizadas pelo Ocidente estão se tornado celeiros de missionários.
“Missionários da Ásia Oriental estão fazendo sentir os seus esforços em todo o mundo. Alguns lugares que recentemente foram campos missionários estão se tornando forças missionárias”, afirmou Zane Pratt.
O professor citou o exemplo dos missionários da América Latina que evangelizaram o mundo islâmico com grande sucesso.
“A igreja africana também está a começar a despertar para a sua força e para as suas responsabilidades globais”, acrescentou ele.
Ocidente precisa ser reevangelizado
Além disso, a Igreja da América Latina, África e do Leste Asiático precisarão reevangelizar o Ocidente, à medida que a região enfraquece espiritualmente.
“Os missionários do Sul e do Leste desempenharão um papel cada vez mais importante nesta tarefa”, comentou Pratt.
Para o especialista, os missionários ocidentais precisarão dar apoio aos missionários do Sul e do Leste nesta tarefa.
“Precisam investir tempo e recursos na mobilização do envio missionário das igrejas mais recentes no Sul e no Leste”, avaliou ele.
“Evangelização global hoje é urgente”
O professor ainda ressaltou que a evangelização global hoje é urgente, porque as missões não estão conseguindo acompanhar o crescimento da população da Terra.
“Dos oito milhões de pessoas vivas hoje, cerca de quatro milhões pertencem a grupos não alcançados, e muitos mais nunca ouviram o Evangelho, mesmo que tecnicamente tenham acesso a ele. Enquanto isso, os evangélicos representam bem menos de 10% da população total do mundo”, explicou.
E acrescentou que a Igreja tem uma grande oportunidade para alcançar o mundo. “Jesus continua sendo Rei. Os cristãos de hoje podem embarcar na missão global com alegre confiança, sabendo que o nosso Deus reina e que o seu plano para todos os tempos será concluído”, incentivou.