Um vídeo de um pastor, cuja identidade ainda não foi confirmada, gerou polêmica e indignação nas redes sociais esta semana. Na gravação, o pastor faz alegações controversas durante uma pregação, sugerindo que crianças podem ter culpa em casos de abuso. O vídeo foi amplamente divulgado, inclusive por celebridades como Xuxa, e desencadeou uma onda de críticas por parte do público e de ativistas dos direitos das crianças.
No vídeo em questão, o pastor afirma: “Eu disse que existem situações em que, quando acontece um abuso de uma criança, a criança também é culpada porque ela deu lugar. Mas olha só, isso é uma exceção, mas está dentro destes acontecimentos. Crianças também têm culpa, têm participação, mas não em todos os casos.”
A fala do pastor prossegue, atribuindo parte da responsabilidade aos pais: “A responsabilidade começa com a mãe e com o pai.” Ele também tenta oferecer algum consolo espiritual às vítimas de abuso, dizendo: “Agora, se você sofreu isso, irmã, mesmo que você tenha certeza de que foi culpada pelo que aconteceu, você tem que entender que o nosso passado está debaixo do sangue [de Jesus].”
A repercussão do vídeo foi rápida e ampla, com muitos usuários das redes sociais e organizações de defesa dos direitos humanos condenando as declarações. Alegações como essas não apenas distorcem a realidade dos abusos contra menores, que são inequivocamente vítimas, mas também perpetuam estigmas danosos que podem impedir a justa responsabilização dos verdadeiros culpados e o apoio adequado às vítimas.
Especialistas em psicologia infantil e direito da criança foram rápidos em refutar as declarações do pastor, reiterando que crianças são incapazes de consentir e, portanto, nunca podem ser consideradas culpadas em casos de abuso. Tais comentários são vistos como perigosos por potencialmente influenciar negativamente a percepção pública sobre casos sérios de abuso infantil e a proteção necessária que as crianças requerem.
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